quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Biografia de Sttau Monteiro



Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu a 3 de Abril de 1926, em Lisboa.
Era filho de um embaixador, cujo nome era Armindo Monteiro.
Desempenhou relações diplomáticas em Londres, entre 1936-43, o que lhe permitiu estar em contacto com autores e estéticas literárias que influenciaram a sua maneira de ser, mesmo sem ter frequentado alguma escola literária.
O surgimento da Segunda Guerra Mundial teve também impacto na criatividade da sua obra.
Devido ao regime em que se vivia em Portugal, liderado por  Salazar, o seu Pai foi demitido da função de embaixador, o que fez com que a família regressasse a Portugal, em 1943.
Portanto, o jovem Sttau ingressou no colégio de Santo Tirso, mas por não se adaptar às disciplinas matriculou-se posteriormente no Liceu Pedro Nunes. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, em 1951, mas sem exercer a sua profissão de advogado por algum tempo.
O seu inconformismo perante a falta de liberdade que se viveu durante o período de Salazar, o seu espírito lutador, e bastante insatisfeito, valeram-lhe a cadeia do Aljube, sendo preso pela PIDE, em 1961, acusado de ter participado no golpe militar de Beja.
Desenvolveu uma intensa actividade jornalística em jornais como “O Diário de Lisboa”, “O Jornal e o Expresso”, “Almanaque”, e “A Mosca”, iniciando assim a carreira literária em 1960.
Contudo, a censura não permitiu a representação de alguns temas, portanto a sua peça foi apresentada somente em 1969, em França, onde existia uma grande quantidade de Portugueses, exilados ou emigrantes. 11 anos mais tarde, teve lugar a sua peça, em Portugal.
Escreveu, também ,varias obras ao longo da sua carreira, até aos últimos anos da sua vida.
Morreu em 1993, 23 de Julho no Hospital de S. Francisco Xavier.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Invocação

E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente,
Porque de vossas águas, Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipoerene.

Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no universo,
Se tão sublime preço cabe em verso.

Reflexão:
O poeta pede inspiração ás Tágides, entidades míticas nacionais, jogando a varidade das ninfas e também com o seu espírito de gratidão ao recordar-lhes que sempre as celebram na sua poesia. É significativa a valorização do estilo épico, por comparação com o estilo lírico, pois, é mais adequado á grandeza dos feitos dos heróis que vai contar.
Camões dedica a sua obra ao Rei D. Sebastião a quem louva por aquilo que ele representa para a independência de Portugal e para a dilatação do mundo cristão; louva-o ainda pela sua ilustre e cristianíssima ascendência e ainda pelo grande império de que é Rei (estrofes 6 , 7 e 8).
 Segue-se uma segunda parte que constitui o apelo dirigido ao Rei: “referindo-se com modéstia á sua obra, pede ao rei que a leia; na breve exposição que faz do assunto, o poeta evidencia que a sua obra não versava heróis e factos lendários ou fantasiosos, mas sim matéria história real (estrofes 9 a 14)
Termina o seu discurso incitando o Rei a dar continuidade aos feitos gloriosos dos portugueses, combatendo os mouros e invocando depois o pedido de que leia os seus versos (estrofes 15 a 18).

Lusíadas

Análise Canto I
O poeta indica o assunto global da obra, pede inspiração as Ninfas do Tejo e dedica o poema ao rei D. Sebastião. Na estrofe 19 inicia a narração da viagem de Vasco da gama, referindo brevemente que a armada já se encontra no Oceano Índico, no momento em que os deuses do Olimpo se reúnem, em Consílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar á Índia. Apesar da oposição de Baco e graças á intervenção de Vénus e Marte, a decisão é favorável aos Portugueses que entretanto cheguem á Ilha de Moçambique. Aí, Baco prepara-lhes várias ciladas que culminam no fornecimento de um piloto por ele industriado a conduzi-los ao perigoso porto de duíloa. Vénus intervém, afastando a armada do perigo e fazendo-a retomar o caminho certo ate Mombaça. No final do Canto, o Poeta reflecte acerca dos perigos que em toda a parte espreitam o homem.
As armas e os barões assinalados
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

Reflexão:
A proposição permite ao poeta enunciar o propósito de cantar aos feitos alcançados pelos heróis portugueses, apresentando-os com heróis colectivos mistificados que se superiorizar em relação aos heróis da antiguidade clássica.
Estrutura Externa
O poema está escrito em versos decassílabos, com predomínio do decassílabo heróico (acentos pa 6ª e 10ª sílabas). É considerado o metro mais adequado á poesia épica, pelo seu ritmo grave e vigoroso. Surgem também alguns raros exemplos de decassílabo sáfico (acentos na 4ª, 8ª e 10ª sílaba).
· As estrofes são de oito versos e apresentam o seguinte esquema rimático – “abababcc” ( a este tipo estrófico costuma chamar-se oitava rima, oitava heróica ou oitava italiana)
· As estrofes estão distribuídas por 10 cantos. O número de estrofes por canto vario de 87, no canto VII, a 156 no canto X. No seu conjunto, o poema apresenta 1102 estrofes.
1. As partes constituintes
Os Lusíadas constroem-se pela sucessão de quatro fontes:
· Proposição – parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (Canto I, estrofes 1-3)
· Invocação – pedido de ajuda as divindades inspiradores (A principal invocação é feita as Tágides, no canto I, estrofes 4 e 5, ás Ninfas do Tejo e do Mondego, no canto VII 78-82 e, finalmente, a Calíope, no Canto X, estrofe 8)
· Dedicatória – oferecimento do poema a uma personalidade importante. (Esta parte, facultaria, pode ter origem nas Geórgicas de Virgilio ou nos Fastos de Ovídio; não existe em nenhuma das epopeias da Antiguidade)
· Narração – parte que constitui o corpo da epopeia; a narrativa das acções levadas a cabo pelo protagonista. (Começando no Canto I, estrofe 19, só termina no Canto X, estrofe 144, apresentando apenas pequenas interrupções pontuais).
2. Os planos narrativos
Obra narrativa complexa, Os Lusíadas constroem-se através da articulação de três  planos narrativos, não deixando, ainda assim, de apresentar uma exemplar unidade de acção.
Como plano narrativo fuleral apresenta-nos a viagem de Vasco da Gama à India. Continuamente articulado a este e paralelo a ela, surge um segundo plano que diz respeito à intervenção dos deuses do Olimpo na Viagem. Encaixado no primeiro plano, tem lugar um terceiro, que é constituído pela História de Portugal, contada por Vasco da Gama ao rei de Melindo, para Paulo da Gama e por entidades dividas que vaticinam futuros feitos dos Portugueses.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Mensagem, Fernando Pessoa

À memória do presidente-Rei Sidónio Pais, A Mensagem(1934), primeiro e único livro de Fernando Pessoa publicado em sua vida.
Uma espécie de colecção de poesias em geral breves, compostas em épocas diferentes.
A composição mais antiga seria “D. Fernando, Infante de Portugal”, de 1913, a segunda parte “Mar Português”.
O livro divide-se em três partes:
- Brasão, que compreende Os Campos, Os Castelos, A Coroa, As Quinas, O Timbre, tal como desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo poeta, ora definindo-se a si próprias como em inscrições lapidares, epigramáticas;
- Mar português, com poesias inspiradas na ânsia do Desconhecido e no esforço heróico da luta com o Mar;
- O Encoberto, que compreende Os Símbolos, Os Avisos, Os Tempos, e onde se afirma um Sebastianismo de apelo e de certeza profética.

A Poesia da mensagem é uma poesia épica, épico-lírica, não só pela forma fragmentária como pela atitude introspectiva.
Fernando Pessoa impregna de idealismo platónico a sua visão do acontecer histórico: Não é tanto um Império terreno que ele canta, mas sim a Ideia condutora, o que não existe no mundo sensível, a quimera, o mito, a fome do impossível, a loucura : “Sem a loucura que é o homem/Mais que a besta sadia,/Cadáver adiado que procria?”;
A Mensagem encerra trechos, ou versos, na memória dos Portugueses cultos, uns pela feliz aliança do sentido poético e da linguagem metafórica e musical : “Valeu a pena? Tudo vale a Pena / Se a alma não é pequena.” ou “Que o mar com fim será grego ou romano: / O Mar sem fim é português.”

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Os Planos d'Os Lusiadas

Pode indentificar-se a presença de quatro planos distintos na narrativa de "Os Lusíadas" :

- Plano da Viagem;
- Plano da História de Portugal;
- Plano dos deuses/maravilhoso;
- Plano do Poeta;


O Plano da Viagem :

Compreende todos os momentos da narração relativos á acção principal, a viagem de Vasco da Gama, desde a partida de Lisboa até ao desembarque na ilha de Vénus.

O Plano da História de Portugal :

Consiste na exposição da história de Portugal, "E também as memórias gloriosas / Daqueles Reis que foram dilatando / A Fé, o Império, e as terras viciosas".

O Plano dos Deuses:

Plano relativo á intriga dos deuses pagãos, que começa com o consílio que inicia a acção do Poema e termina na ilha de Vénus, que encerra o poema.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fontes Da Obra

As fontes que Camões terá usado na composição de Os Lusíadas têm apaixonado várias gerações de camonianos. Julga-se ter identificado com alguma segurança o chamado Roteiro da Viagem de Vasco da Gama e a História do Descobrimento e Conquista da Índia pelos Portugueses, de Fernão Lopes de Castanheda. Mas ficam de fora as fontes que o poeta possa ter consultado para estudar os fenómenos naturais e astronómicos que refere com tanta precisão ao longo do poema.
É bem conhecida, por exemplo, a referência ao fogo-de-santelmo no Canto V – «Vi, clara-mente visto, o lume vivo/ Que a marítima gente tem por santo». É bem conhecida também, a descrição da tromba de água - «Eu o vi certamente (e não presumo/ Que a vista me enganava): levantar-se/ No ar um vaporzinho e sutil fumo» (V, 19) - e sabe-se, por comparação de conteúdos, que poderia ter sido baseada no Roteiro de Lisboa a Goa de D. João de Castro, de que devem ter corrido cópias manuscritas nos tempos de Camões. Mas é verdade que o poeta, tendo singrado os mares, pode ter usado directamente a sua experiência e observação, como, aliás, o dá repetidamente a entender.
Quando descreve alguns fenómenos astronómicos, Camões não pode, contudo, ter-se baseado apenas na sua experiência nem em leituras secundárias. «Nem me falta na vida honesto estudo», diz quase no fim do Poema, «com longa experiência misturado» (X, 154). A precisão com que fala da «grande máquina do Mundo» (X, 80) e se refere repetidamente a difíceis conceitos astronómicos indica ter-se baseado no «honesto estudo» da cosmologia da época.
Luciano Pereira da Silva (1864-1926) foi o primeiro a analisar sistematicamente as referências astronómicas do Poema. Num trabalho clássico, publicado primeiramente entre 1913 e 1915 na «Revista da Universidade de Coimbra» e depois editado em separata com o título A Astronomia de Os Lusíadas, em 1915, este professor de matemática de Coimbra mostra que «Camões tinha um conhecimento claro e seguro dos princípios fundamentais da astronomia, como ela se professava no seu tempo». E conclui que o poeta deve ter estudado as Theoricae Novae Planetarum de Jorge Purbáquio (1423-1461), obra que veio a lume em 1460 e teve larga difusão pela Europa. Em Portugal, a obra de Purbáquio chegou, nomeadamente, através de tradução e comentário que Pedro Nunes (1502-1578) fez incluir no seu Tratado da Sphera de 1537.

Renascimento, Humanismo e Classicismo

Renascimento:

Movimento cultural que se desenvolveu na Europa ao longo dos séculos XV e XVI, com reflexos nas artes, nas ciências e outros ramos de actividade humana.
Este movimento não surgiu em todos os pontos da Europa ao mesmo tempo, onde as cidades italianas foram pioneiras neste movimento intelectual.
No centro deste movimento, visa-se uma mentalidade antropocêntrica(Homem como o Centro do Universo) em vez da visão teocêntrica(Deus como centro do Universo).
O Interesse pela cultura clássica está fortemente ligado ao Renascimento, e principalmente as classes mais altas, como a nobreza e burguesia tinham um enorme interesse sobre a mesma.

Ficheiro:Jugement dernier.jpg
Humanismo:

Doutrina centrada nos interesses e valores Humanos, sobrepondo-se estes a valores religiosos ou transcendentais.
Caracteriza-se basicamente pela valorização do espírito humano, e por uma atitude crescentemente individualista e inquiridora, a par de um grande interesse pela redescoberta das obras artísticas e literárias da antiguidade clássica.
Estabeleceu-se então o Homem renascentista, que deveria ser um poeta simultaneamente.
Classicismo:

Surgiu no século XIX para designar uma tendência estética, geralmente por oposição ao barroco.
O Classicismo torna por modelos as formas, regras, e temas da arte da antiguidade greco-romana.
Arte como a imitação da natureza, simetria, equilibro, dando ênfase á exploração da mitologia.

Ficheiro:Sabine women.jpg

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Resumo da Biografia de Camões

Luís Vaz de Camões
Poeta Português, Luís Vaz de Camões, nasceu por volta de 1524/1525, desconhece-se onde terá nascido, morrendo a 10 de Junho de 1580 em Lisboa.
Pertencia a Nobreza.
Foi desterrado para Ceuta, onde combateu como Soldado, perdendo o olho direito em combate, que lhe serviu para parte da obra.
De regresso a Lisboa em 1552 foi preso devido a uma discussão com 1 membro da corte, sendo perdoado pelo Rei no ano seguinte, onde partiu e se libertou da vida lisboeta que não o contentava. Esse facto foi um começo para obra de Camões.
Na Índia por ventura trouxe más recordações, onde não foi muito feliz. Apesar de tudo foi lá com toda essa melancolia que compôs parte da obra.
Após 16 anos de desterro, em 1569, regressou a Lisboa. E Apenas 3 anos mais tarde é que conseguiu publicar parte da obra graças a D. Sebastião.
Os últimos anos do famoso Poeta foram amargurados pela doença e miséria.
Camões terá sido um homem determinado, humanista, pensador e aventureiro.
O dia da morte do poeta é celebrado pelos Portugueses como o “Dia de Camões”.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Terceiro Mundo - David & Daniel

Introdução :
A expressão “Terceiro Mundo” surgiu na época da Guerra Fria, denominando os países que não estavam nem do lado dos EUA nem do lado da URSS, os chamados “não – alinhados”.
Utilizada pela primeira vez pelo demógrafo Francês Alfred Sauvy a expressão, hoje em desuso, foi extremamente importante durante a Guerra Fria, pois, representava sob uma mesma denominação todos os países que não se inseriam no contexto da disputa “EUA x URSS”.
Não que estes países tenham passado ilesos por este episódio. Pelo contrário. A questão é que, enquanto a URSS e os EUA travavam uma guerra diplomática pelo poder, a maioria do mundo – quase todos os países da África, metade da Ásia, a Índia e a Oceania – ainda eram colônias e sua preocupação se concentrava basicamente nos movimentos nacionalistas e em como seria a postura de ambos os países para com eles. E não o contrário.
Foi nesse período que, ignorados pelos dois pólos do mundo, os então, “países terceiro mundistas” conseguiram (a maioria) sua independência e começaram a se organizar.
A primeira conferência dos ignorados países do terceiro mundo foi a Conferência de Bandung, na Indonésia em 1955, da qual participaram Índia, Egito, Iugoslávia, Indonésia, Cingapura, China, Japão, os dois Vietnãs e outros países totalizando 29 países asiáticos e africanos. A URSS bem que tentou alegando representar suas colônias, mas sua participação foi vetada. Então, nos anos 70, após a independência dos países africanos, o terceiro mundo ganha representatividade na ONU.
Mas o espírito de Bandung se esvaiu. Após o final da Guerra Fria e a independência dos países do terceiro mundo, parecia não fazer mais sentido discutir a questão daquilo que os intelectuais pretendiam que fosse a “terceira força” política.
Atualmente o termo “terceiro mundo” não serve mais para o mesmo propósito de designar os não-alinhados, mas é substituído por um outro termo que ainda é fruto de uma polarização mundial, a econômica. Os países do terceiro mundo são chamados hoje de países em desenvolvimento.







Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

Até 2015, os 189 Estados Membros das Nações Unidas comprometeram-se a:
1. Erradicar a pobreza extrema e a fome
• Reduzir para metade a percentagem de
pessoas cujo rendimento é inferior a 1
dólar por dia.
• Reduzir para metade a percentagem da
população que sofre de fome.
2. Alcançar o ensino primário universal
• Garantir que todos os rapazes e raparigas
terminem o ciclo completo do ensino
primário.
3. Promover a igualdade de género e a
autonomização da mulher
• Eliminar as disparidades de género no
ensino primário e secundário, se possível
até 2005, e em todos os níveis, até 2015.
4. Reduzir a mortalidade de crianças
• Reduzir em dois terços a taxa de
mortalidade de menores de cinco anos.
5. Melhorar a saúde materna
• Reduzir em três quartos a taxa de
mortalidade materna.
6. Combater o VIH/SIDA, a malária e outras
doenças
• Deter e começar a reduzir a propagação
do VIH/SIDA.
• Deter e começar a reduzir a incidência de
malária e outras doenças graves.
7. Garantir a sustentabilidade ambiental
• Integrar os princípios do desenvolvimento
sustentável nas políticas e programas
nacionais; inverter a actual tendência para
a perda de recursos ambientais.
• Reduzir para metade a percentagem da
população sem acesso permanente a água
potável.
• Melhorar consideravelmente a vida de pelo
menos 100 000 habitantes de bairros
degradados, até 2020.
8. Criar uma parceria global para o
desenvolvimento
• Continuar a desenvolver um sistema
comercial e financeiro multilateral aberto,
baseado em regras, previsível e não
discriminatório. Inclui um compromisso em
relação a uma boa governação, ao
desenvolvimento e à redução da pobreza,
tanto a nível nacional como internacional.
• Satisfazer as necessidades especiais dos
países menos avançados. Inclui o acesso
a um regime isento de direitos e não
sujeito a quotas para as exportações dos
países menos avançados, um programa
melhorado de redução da dívida dos
países muito endividados, o cancelamento
da dívida bilateral oficial e a concessão de
uma ajuda pública ao desenvolvimento
mais generosa aos países empenhados
em reduzir a pobreza.
• Satisfazer as necessidades especiais dos
países em desenvolvimento sem litoral e
dos pequenos estados insulares.


• Tratar de uma maneira global os
problemas da dívida dos países em
desenvolvimento através de medidas
nacionais e internacionais, a fim de tornar
a sua dívida sustentável a alongo prazo.
• Em cooperação com os países em
desenvolvimento, formular e aplicar
estratégias que proporcionem aos jovens
um trabalho digno e produtivo.
• Em cooperação com as empresas
farmacêuticas, proporcionar acesso a
medicamentos essenciais, a preços
acessíveis, nos países em
desenvolvimento.
• Em cooperação com o sector privado,
tornar acessíveis os benefícios das novas
tecnologias, em particular os das
tecnologias da informação e comunicação.









Conclusão :

Com este pequeno trabalho, achamos estes objectivos/ideias bastantes construtivas, que de certa forma irão ajudar o mundo em geral, caso sejam executadas como plaenado.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Modernismo

Denomina-se mordenismo o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam.

Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura, teatro e a música modernas.
O movimento moderno baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.
A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido, ela é sinónimo de contemporâneo, embora, do ponto de vista histórico-cultural, moderno e contemporâneo abranjam contextos bastante diversos.
No Brasil, os principais artíficios do movimento modernista não se opunham a toda realização artística anterior a deles. A grande batalha se colocava contra ao passadismo, ou seja, tudo aquilo que impedisse a criação livre. Pode-se, assim, dizer que a proposta modernista era de uma ruptura estética quase completa com o engrossamento da arte encontrado nas escolas anteriores e de uma ampliação dos horizontes dessa arte antes delimitada pelos padrões académicos. Em paralelo à ruptura, não se pode negar o desejo dos escritores em conhecer e explorar o passado como fonte de criação, não como norma para se criar.

História do modernismo

Origens

A renovação estética nas artes do fim do século XIX.
A primeira metade do século XIX na Europa foi marcada por uma série de guerras e revoluções turbulentas, as quais gradualmente traduziram-se em um conjunto de doutrinas atualmente identificadas com o movimento romântico, focado na experiência individual subjetiva, na supremacia da Natureza como um tema padrão na arte, meios de expressão revolucionários ou radicais e na liberdade do indivíduo. Em meados da metade do século, entretanto, uma síntese destas ideias e formas de governo estáveis surgiram. Chamada de vários nomes, esta síntese baseava-se na idéia de que o que era "real" dominou o que era subjectivo. Exemplificada pela realpolitik de Otto von Bismarck, ideias filosóficas como o positivismo e normas culturais agora descritas pela palavra vitoriano.
Fundamental para esta síntese, no entanto, foi a importância de instituições, noções comuns e quadros de referência. Estes inspiraram-se em normas religiosas encontradas no Cristianismo, normas científicas da física clássica e doutrinas que pregavam a percepção da realidade básica externa através de um ponto de vista objectivo. Críticos e historiadores rotulam este conjunto de doutrinas como Realismo, apesar deste termo não ser universal. Na filosofia, os movimentos positivista e racionalista estabeleceram uma valorização da razão e do sistema.
Contra estas correntes estavam uma série de idéias. Algumas delas eram continuações diretas das escolas de pensamento românticas. Notáveis eram os movimentos bucólicos e revivalistas nas artes plásticas e na poesia (por exemplo, a Irmandade pré-rafaelita e a filosofia de John Ruskin). O Racionalismo também manifestou respostas do anti-racionalismo na filosofia. Em particular, a visão dialética de Hegel da civilização e da história gerou respostas de Friedrich Nietzsche e Søren Kierkegaard, principal precursor do Existencialismo. Adicionalmente, Sigmund Freud ofereceu uma visão dos estados subjetivos que envolviam uma mente subconsciente repleta de impulsos primários e restrições contrabalançantes, e Carl Jung combinaria a doutrina de Freud com uma crença na essência natural para estipular um inconsciente coletivo que era repleto de tipologias básicas que a mente consciente enfrentou ou assumiu. Todas estas reações individuais juntas, porém, ofereceram um desafio a quaisquer idéias confortáveis de certeza derivada da civilização, da história ou da razão pura.
Duas escolas originadas na França gerariam um impacto particular. A primeira seria o Impressionismo, a partir de 1872, uma escola de pintura que inicialmente preocupou-se com o trabalho feito ao ar livre, ao invés dos estúdios. Argumentava-se que o ser humano não via objetos, mas a própria luz refletida pelos objetos. O movimento reuniu simpatizantes e, apesar de divisões internas entre seus principais membros, tornou-se cada vez mais influente. Foi originalmente rejeitado pelas mais importantes exposições comerciais do período - o governo patrocinava o Salon de Paris. Enquanto muitas obras seguiam estilos padrão, mas por artistas inferiores, o trabalho de Manet atraiu tremenda atenção e abriu as portas do mercado da arte para o movimento.
A segunda escola seria o Simbolismo, marcado pela crença de que a linguagem é um meio de expressão simbólico em sua natureza, e que a poesia e a prosa deveriam seguir quaisquer conexões que as curvas sonoras e a textura das palavras pudessem criar. Tendo suas raízes em Flores do Mal, de Baudelaire, publicado em 1857, poetas Rimbaud, Lautreamónt e Stéphane Mallarmé seriam de particular importância para o que aconteceria dali a frente.
Ao mesmo tempo, forças sociais, políticas e econômicas estavam trabalhando de forma a eventualmente serem usadas como base para uma forma radicalmente diferente de arte e pensamento.
Encabeçando este processo estava a industrialização, que produziu obras como a Torre Eiffel, que superou todas as limitações anteriores que determinavam o quão alto um edifício poderia ser e ao mesmo tempo possibilitava um ambiente para a vida urbana notadamente diferente dos anteriores. As misérias da urbanização industrial e as possibilidades criadas pelo exame científico das disciplinas seriam cruciais na série de mudanças que abalariam a civilização européia, que, naquele momento, considerava-se tendo uma linha de desenvolvimento contínua e evolutiva desde a Renascença.
A marca das mudanças que ocorriam pode ser encontrada na forma como tantas ciências e artes são descritas em suas formas anteriores ao século XX pelo rótulo "clássico", incluindo a física clássica, a economia clássica e o ballet clássico.

Artistas


Alguns marcos são a música de Arnold Schoenberg, as experiências pictóricas de Kandinsky que culminariam na fundação do grupo Der blaue Reiter em Munique e o advento do cubismo através do trabalho de Picasso e Georges Braque em 1908 e dos manifestos de Guillaume Apollinaire, além, é claro, do Expressionismo inspirado em Van Gogh.

A Obra Ortónoma e Heterónima de Pessoa

A obra ortónima de Pessoa

A obra ortónima de Pessoa passou por diferentes fases, mas envolve basicamente a procura de um certo patriotismo perdido, através de uma atitude sebastianista pessoal do Poeta. O ortónimo foi profundamente influenciado, pela religião e sociedades secretas. A poesia resultante tem um certo ar mítico, heróico e trágico. Um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. Uma explicação para a criação dos três principais heterónimos, reside nas várias formas que tinha de olhar o mundo, apoiando-se no racionalismo e pensamento oriental.
O ortónimo é considerado, como simbolista e modernista pela evanescência, indefinição e insatisfação, bem como pela inovação praticada através de diversas sendas de formulação do discurso poético.
Pessoa foi marcado também pela poesia musical e subjectiva, voltada essencialmente para a metalinguagem e os temas relativos a Portugal, como o sebastianismo presente na principal obra de "Pessoa ele-mesmo", Mensagem, uma colectânea de poemas sobre os grandes personagens históricos portugueses. Este livro foi o único publicado em vida do autor.

Heterónimos de Pessoa

Álvaro de Campos

Entre todos os heterónimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa.
Começa a sua trajetória como um decadentista, mas logo adere ao futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria. É revoltado e crítico e faz a apologia da velocidade e da vida moderna, com uma linguagem livre, radical:


"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."
(...)

          "

Ricardo Reis

O heterónimo Ricardo Reis é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. Simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, na harmonia e num certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante na sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia não-cristã.
Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte.
Em "O ano da morte de Ricardo Reis", José Saramago continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterónimo após a morte de Fernando Pessoa, cujo ainda estabelece um diálogo com o seu heterónimo, sobrevivente ao criador.

Segue o teu Destino
 


Ricardo Reis,
Heterónimo de Fernando Pessoa

Análise :

“Segue o teu destino” é uma incitação à
felicidade da vida e uma renuncia ao
Conhecimento, por não acreditar na
possibilidade de o alcançar;
O poema retrata a situação diária em que
o ser humano se questiona sobre o
significado da vida e do seu dia-a-dia;
É utilizado o didactismo,
visto que no poema parece
estar a ensinar uma lição de
vida;
Está presente uma
consciência do sujeito poético
em que existe um destino
superior ao Homem, que faz
dele um ser manipulado
pelos Deuses;
Ricardo Reis utiliza, no poema, a condição
superior dos Deuses em relação ao ser humano
para explicar o porquê das suas afirmações
dirigidas ao leitor neste caso.


Alberto Caeiro

Por sua vez, Caeiro, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês, quase, practicamente sem estudos. Teve apenas a instrução primária, apesar disso é considerado o mestre entre os heterônimos.Após a morte dos pais, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo do pouco que tinha. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
Na escrita de Pessoa que versam sobre a caracterização dos heterônimos, Pessoa, dito "ele mesmo", assim como a Álvaro de Campos, Ricardo Reis e o meio-heterônimo Bernardo Soares, conferem a Alberto Caeiro um papel quase místico enquanto poeta e pensador. A relevância destas alusões se esclarecem na explicação de Fernando Pessoa sobre o papel de Caeiro no escopo da heteronímia. Citando a atuação dos quatro elementos da astrologia sobre a personalidade dos indivíduos, Pessoa escreve:
"Uns agem sobre os homens como o fogo, que queima nele todo o acidental, e os deixa nus e reais, próprios e verídicos, e esses são os libertadores. Caeiro é dessa raça. Caeiro teve essa força."
Dos principais heterônimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade.
Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples mas, ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo. O seu ideário resume-se no verso "Há metafísica bastante em não pensar em nada".


Se, depois de eu morrer...

"Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."

Fernando Pessoa

 

Fernando António Nogueira Pessoa :


Nasceu em Lisboa, 13 de Junho de 1888, e morreu no mesmo local, dia 30 de Novembro de 1935, foi um poeta e escritor português.
É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa.
Das quatro obras que publicou em vida, três são escritas em Inglês. Fernando Pessoa dedicou-se também a traduções dessa mesma língua. Ao longo da vida teve diversificados empregos, como empresário, editor, crítico literário, activista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário e publicista, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterónimos, objecto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".
Fernando Pessoa morreu de cirrose hepática aos 47 anos, na cidade onde nasceu. Sua última frase foi escrita em Inglês: "I know not what tomorrow will bring… " "Não sei o que o amanhã trará".

 

"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus."
Fernando Pessoa/Alberto Caeiro; Poemas Inconjuntos; Escrito entre 1913-15;
Optei por dar o exemplo a este poema pois é bastante forte no sentido do que nos transmite, e portanto gostei do excerto.