À memória do presidente-Rei Sidónio Pais, A Mensagem(1934), primeiro e único livro de Fernando Pessoa publicado em sua vida.
Uma espécie de colecção de poesias em geral breves, compostas em épocas diferentes.
A composição mais antiga seria “D. Fernando, Infante de Portugal”, de 1913, a segunda parte “Mar Português”.
O livro divide-se em três partes:
- Brasão, que compreende Os Campos, Os Castelos, A Coroa, As Quinas, O Timbre, tal como desde Ulisses a D. Sebastião, ora invocados pelo poeta, ora definindo-se a si próprias como em inscrições lapidares, epigramáticas;
- Mar português, com poesias inspiradas na ânsia do Desconhecido e no esforço heróico da luta com o Mar;
- O Encoberto, que compreende Os Símbolos, Os Avisos, Os Tempos, e onde se afirma um Sebastianismo de apelo e de certeza profética.
A Poesia da mensagem é uma poesia épica, épico-lírica, não só pela forma fragmentária como pela atitude introspectiva.
Fernando Pessoa impregna de idealismo platónico a sua visão do acontecer histórico: Não é tanto um Império terreno que ele canta, mas sim a Ideia condutora, o que não existe no mundo sensível, a quimera, o mito, a fome do impossível, a loucura : “Sem a loucura que é o homem/Mais que a besta sadia,/Cadáver adiado que procria?”;
A Mensagem encerra trechos, ou versos, na memória dos Portugueses cultos, uns pela feliz aliança do sentido poético e da linguagem metafórica e musical : “Valeu a pena? Tudo vale a Pena / Se a alma não é pequena.” ou “Que o mar com fim será grego ou romano: / O Mar sem fim é português.”
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